terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobre a nova lei contra palmadas

Não existe palmada bem dada
Violência gera violência, como a neurociência já constatou diversas vezes


CLARO que o objetivo não é colocar na prisão aqueles pais que, incapazes de resolver desavenças com seus filhos na base da conversa, recorrem à punição física na forma de "uma palmada bem dada", no afã de impor alguma sombra de autoridade.
O estatuto que proíbe a punição corporal de crianças visa a que se deixe de considerar normal, necessário ou saudável "educar" com violência. Como a sociedade que pune com prisão quem bate em velhinhos aceita que pais batam em suas crianças?
O problema tem vários níveis, e só um deles (ainda que de grandes consequências para as gerações futuras) é o seguinte: violência, não importa em qual forma, gera violência, como a neurociência já constatou várias vezes.
Funciona igualmente com camundongos e com humanos: o cérebro que recebe maus tratos na infância sofre várias mudanças, incluindo alterações em seu sistema de recompensa, que antecipa bons resultados; na amígdala, que sinaliza maus resultados; e no hipocampo, que forma memórias novas e cuida de nossa lista mental de "problemas a resolver".
O resultado? Crianças que recebem restrição corporal, palmadas, sacudidas ou abuso verbal (castigos que muitos consideram brandos) se tornam adultos com propensão a comportamento antissocial e agressivo, transtornos de ansiedade, depressão, alcoolismo e outras formas de dependência química.
"Mas eu recebi palmadas na infância e me tornei um adulto saudável, portanto, palmadas não fazem mal", dizem vários defensores das palmadas educativas.
Pelo contrário: graças à resiliência do cérebro (sua capacidade de se recuperar de agressões variadas), ao que tudo indica essas pessoas que sofreram maus tratos na infância provavelmente se tornaram adultos saudáveis APESAR das palmadas.
E, justamente por causa da capacidade do cérebro de se adaptar, essas crianças punidas com violência viraram adultos que hoje acham normal... punir com violência.
Felizmente existe antídoto, tão ao alcance quanto uma palmada. Também funciona com camundongos e crianças, também é comprovado pela neurociência, também muda o cérebro para o resto da vida e se autopropaga.
Chama-se carinho e, no caso dos humanos, se vier acompanhado de apoio moral, bons exemplos, compreensão e conversa, melhor ainda.
SUZANA HERCULANO-HOUZEL, neurocientista, é professora da UFRJ e autora de "Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor" (ed. Sextante) e do blog www.suzanaherculanohouzel.com

Fonte: Folha

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A ler: O castelo nos Pirineus - Jostein Gaarder


Casal se encontra após decadas e revê relação em romance  filosófico

No romance, por cinco anos intensos na década de 1970 Steinn e Solrunn foram felizes juntos. Então tomaram rumos diversos, por razões desconhecidas a ambos. No verão de 2007, depois de 30 anos distantes, eles se encontram por acaso no terraço de um velho hotel de madeira às margens de um fiorde no oeste da Noruega, um lugar intimamente relacionado à separação no passado. Mas terá sido esse encontro, em lugar tão significativo, um mero acaso?

Buscando respostas a essa pergunta, e para entender como um relacionamento que prometia ser duradouro pôde acabar subitamente, o ex-casal começa uma frenética troca de e-mails. Na linguagem dessas missivas apressadas que inundam nossa vida cotidiana, os dois esboçam visões de mundo antagônicas e explicações contraditórias para o fim do romance.

De um lado, o climatologista Steinn apenas crê no que pode ser provado pela ciência e pela razão. De outro, Solrunn, uma mulher religiosa, acredita na transcendência, em um espírito além do corpo e de nossa existência terrena. Disso resulta que as experiências compartilhadas pelos dois no hotel no litoral (a de trinta antes e a do verão corrente) serão entendidas de modo muito distinto por cada um. Apesar de se respeitarem, eles não podem concordar com a concepção do outro - até que suas certezas sejam postas à prova.

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terça-feira, 13 de julho de 2010

A ler: A arte de ser feliz - Arthur Schopenhauer


Busque saúde e evite o sofrimento, ensina "A Arte de Ser  Feliz"

Fuja de tudo com potencial de provocar sofrimento. Deixe de ser pretensioso nos seus planos e sonhos. Evite a cobiça e a inveja. Cultive a saúde, o conforto e o bem-estar. Não se preocupe demais com o passado nem com o futuro. Tudo se transforma. Não deixe transparecer ódio nem raiva, expressões pouco inteligentes. Observe quem está em situação pior que a sua.

Esses conselhos fazem parte da fórmula da felicidade na visão de um filósofo do pessimismo. O livro "A Arte de Ser Feliz" reúne o material que Arthur Schopenhauer (1788-1860) escreveu sobre o desejo máximo da humanidade. Esses escritos só vieram a público após a morte do pensador, amado pelos artistas como o compositor alemão Richard Wagner, para quem Schopenhauer era "o maior filósofo desde Kant.

O livro traz 50 máximas. Antes de apresentá-las, a obra traz uma introdução sobre o pequeno manual de pérolas de sabedoria. Aqui descobrimos por que na Alemanha não havia, na época, interesse em publicá-lo. Havia a avaliação de que ninguém iria querer aprender felicidade com um professor de pessimismo.

Aos sete anos, Schopenhauer perdeu o pai. A mãe, romancista, o criou em salões frequentados por escritores e intelectuais. Para ele, a arte tem a suprema função de ajudar a entender o mundo e nosso papel nele. Na sua visão, o verdadeiro artista é desinteressado em seu trabalho, ou seja, não tenta criar um fruto tão tentador que nos dê vontade de comê-lo, mas simplesmente apresenta a beleza pura do objeto.

Em "A Arte de Ser Feliz", Schopenhauer revela que "viver feliz" é uma impossibilidade. Desde a hora do nosso nascimento, estamos morrendo. Para ele, buscar a felicidade seria, no máximo, reduzir o número de ocorrências da dor em nossa existência, driblar situações desgastantes, impedir que nossa vaidade, orgulho, arrogância e prepotência nos empurre para embates inúteis, que nos distanciam da serenidade de espírito.

"A felicidade completa e positiva é impossível; em vez dela, pode-se esperar apenas um estado relativamente menos doloroso. A compreensão disso, porém, pode contribuir em muito para nos fazer desfrutar o bem-estar que a vida concede. Além disso, é muito raro que os próprios meios úteis a tal objetivo estejam em nosso poder."

Para Schopenhauer, a saúde pode substituir tudo, mas nada pode substituí-la. "Sem ela [saúde] não se pode experimentar nenhuma felicidade externa, que, portanto, não existe para quem a possui mas está doente. Com saúde, tudo é uma fonte de prazer. Por isso, um mendigo saudável é mais feliz do que um rei doente."

A ler: O andar do Bêbado - Como o acaso determina nossas vidas - Leonard Mlodinow


Sinopse

"O Andar do Bêbado", do físico americano Leonard Mlodinow, explica por que as pessoas apresentam tanta dificuldade em aceitar o acaso e compreendê-lo. Segundo Mlodinow, os processos aleatórios são fundamentais na natureza e onipresentes em nossa vida cotidiana. Ainda assim, a maioria das pessoas não os compreende nem pensa muito a seu respeito. Como não estamos preparados para lidar com o acaso, muitas vezes tomamos decisões erradas por ignorá-lo, apoiados na ilusão de controle.

Num tom irreverente, o autor costura casos emblemáticos a teorias matemáticas, citando pesquisas e exemplos presentes em todos os âmbitos da vida, do mercado financeiro aos esportes, de Hollywood à medicina.

Mais do que uma visão geral sobre aleatoriedade, sorte e probabilidade, Mlodinow lembra que muitas coisas em nossas vidas são tão previsíveis quanto o próximo passo de um bêbado depois de uma noitada. É impossível manter o mesmo olhar diante dos acontecimentos depois de ler essas teorias.

Comentários
"Perturbador e interessantíssimo. O autor pulveriza matematicamente certezas sobre julgamentos de mérito em todas as atividades humanas."

William Bonner

"Um guia maravilhoso e acessível sobre como o aleatório afeta nossas vidas."

Stephen Hawking

"Deliciosamente interessante."

Scientific American

"Uma leitura espirituosa, adequada para qualquer praia ou avião. Mlodinow tem uma íntima percepção da aleatoriedade."

Austin Chronicle

"Se você é forte o suficiente para ter algumas de suas certezas favoritas desafiadas, leia 'O Andar do Bêbado' - uma história, uma explicação e uma exaltação da teoria da probabilidade."

Daniel Okrent, Fortune Magazine

"Mlodinow escreve num estilo leve, intercalando desafios probabilísticos com perfis de cientistas. O resultado é um curso intensivo, de leitura agradável, sobre aleatoriedade e estatística."

George Johnson, New York Times

"Um dos 10 melhores livros de ciência de 2008."

Amazon.com

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Lido: Múltipla Escolha - Lya Luft


Múltipla Escolha


Sinopse

A trajetória literária de 30 anos permite que Lya Luft volte à cena num ensaio que reflete sobre os caminhos do nosso tempo. Caminhos e direções que, em sua multiplicidade, indicam não apenas paisagens distintas, mas, sobretudo, escolhas.

Em "Múltipla Escolha", Lya indaga, debate e transgride com o fervor de alguém que refuta a mediocridade e escolhe a vida. Como se sobre um palco, cercada de portas simbólicas, o complexo mundo contemporâneo à frente, a autora convoca sua "tribo" para o necessário ritual de pensar. Em foco, questões fundamentais, como a velhice e a juventude, os novos dilemas e tabus da sexualidade, a comunicação virtual, as fronteiras entre o privado e o público, drogas, violência, bondade e perversidade, o mal-estar social: elementos-chave da nossa rotina diária.

Fala sobre esses "mitos modernos" que criamos para se tornarem senhores de nossa vontade e sobre os quais pondera num diálogo aberto com o leitor. "Gosto desse jeito mais direto de falar com meu leitor sobre, no fundo, partes do drama existencial humano, e algumas loucuras da nossa sociedade, nossa cultura. Sobre nadar contra a correnteza para não naufragar no espírito de manada destes nossos tempos. Enfim, esse tipo de ensaio, no sentido mais original da palavra, 'ensaiar - discorrer sobre algum tema', é mais um modo de me expressar. Simples assim", argumenta Lya.

Lya também rebate a suposta liberdade que alcançamos. Longe de uma sociedade livre, somos, nessa nossa cultura impositiva tão cheia de obrigações, prisioneiros padecendo do que a autora chama de síndrome do "ter de". "O 'ter de' é um feitor de escravos muito cruel. Ter de ser magra, linda, inteligente, forte, rico, blablablabla. A mim, sempre fora do esquadro, me impressiona a crueldade do 'ter de ser' físico. Acho que nos valorizamos muito pouco enquanto seres humanos pensantes".

Da busca pela eterna juventude à ética na política, passando pelas transformações da família, Lya Luft mostra o quanto estamos enredados em práticas opressoras e que é importante assumir as rédeas de nossa vida e o caminho da nossa sociedade e cultura.


domingo, 4 de julho de 2010

Imagens que não têm preço...




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Esta é a "foto do ano"

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A seguinte imagem é comovente!
A Doberman está grávida.
O bombeiro acaba de salvá-la de um incêndio em sua casa, a salvou e colocou no jardim,

e logo continuou sua luta contra o fogo.

Quando finalmente conseguiu apagar o fogo,

se sentou para tomar um pouco de ar e descansar.

Um fotógrafo do jornal Notícias da Carolina do Norte/EUA,

notou que a cadela observava a distancia o bombeiro.

Viu a Doberman caminhar direto até o bombeiro

e
se perguntou o que ela vai fazer.?

Assim que levantou sua câmera, o animal chegou até o homem cansado que acabara de salvar a sua vida e de seus bebês.


O fotógrafo captou o momento exato em que a cadela beijou o bombeiro.


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POUCOS DE NÓS HUMANOS, TEMOS O GESTO NOBRE DE AGRADECER A QUEM NOS FAZ O BEM.

ESSA FOTO NOS MOSTRA QUE ATÉ AS OUTRAS ESPÉCIES ANIMAIS TEM O SENTIDO DA GRATIDÃO.
O NÃO AGRADECER A QUEM NOS FAZ O BEM, DEMONSTRA O QUANTO
AINDA TEMOS QUE SOFRER PARA NOS TORNARMOS HUMANOS.







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"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais." (Abraham Lincon)