sexta-feira, 15 de junho de 2012

If you believe in past life or not...this is very interesting:

http://www.oprah.com/health/Were-You-Here-Before-Dr-Oz-Explores-Past-Life-Regressions_2/

quinta-feira, 22 de março de 2012

Escolhas

Sempre tive uma "questionabilidade" das coisas, por assim dizer. Sempre fui curiosa para saber como as coisas funcionam, de onde vêm, como surgiram. Sempre gostei de ciência, filosofia, história antiga.
Assim como sempre me interessei por questões menos materiais e mais espirituais. Quem somos, de onde viemos, para onde vamos.

Não fui batizada quando nasci, meus pais optaram por deixar seus filhos escolherem seus caminhos. E concordo com isso. Estudando em uma escola católica de freiras, acabei me tornando católica. Fui batizada, fiz primeira comunhão e até crisma. Me interesso pela história da Bíblia, assim como me interesso por muitos outros livros.
Apesar de frequentar as missas (esporadicamente, mas frequentava), não entendia o sentido das coisas, da religiosidade indo a uma Igreja. O que tudo aquilo tinha a ver com Deus?

Por gostar de ciência, sempre li diversos assuntos e entre eles, muitos tentando desmistificar as religiões. Big Bang X Deus, Criacionismo, Darwin, etc, etc. E eu sempre ficava com uma pulga atrás da orelha. Acredito na religião ou na ciência? Qual deles está certo? A religião, por não mostrar provas concretas que Deus existe, está errada? A ciência, por não provar como surgiu o mundo, está errada?

Na verdade, não é como comparar "verde" com "branco" e sim, comparar "verde" com "macio". Não tem como comparar, não tem como escolher entre ciência e religião. As duas partes deveriam parar de provar coisas umas para as outras e se aterem ao que têm de melhor.
A religião é para os que têm fé, para os que têm uma certa espiritualidade. E acredito que esse fator varia de intensidade de pessoa para pessoa. Mas parece que alguns ateus e alguns fanáticos religiosos se colocam de uma maneira que uma coisa sobrepõe a outra.
Então não posso ser uma católica que pesquisa células tronco? Que porventura acredita na possibilidade do Big Bang, mas mesmo assim acreditando em um Deus por trás de tudo isso?

Não posso ser espírita e me interessar por questões de física quântica que porventura explicam certos fenômenos sobrenaturais?
Eu tenho que ser uma coisa ou outra?
Quero ser questionadora, um pouco desconfiada mas não totalmente cética. Às vezes é preciso ter um pouco de fé.

domingo, 11 de março de 2012

A elegância do comportamento


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez
mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem
mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de
dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa
alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no
dia a dia.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se
dirigir a frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer
em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem
presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber
uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando
e só depois manda dizer se atende.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar
nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar
imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status
social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com
amigo não tem que ter estas frescuras”.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão
desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: não é frescura.

http://www.idph.net

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


Seu Arcano Pessoal é: 


12 - O PENDURADO

Palavras-Chave:

Sacrifício e Abnegação 



 Acontecimento marcante a nível psicológico aos   12 anos de    idade;
 Espírito dedicado;
 Não pode se apegar a nada, pois corre o risco de perder;
 Desapego material;
 Renúncias pessoais;
 Muito carente emocionalmente;
 Não se deixe escravizar pelos outros;
 Expectativas;
 Redenção;
 Cuidado para não cair no complexo de vítima;
 Carinho e cuidado;
 Insatisfação com as coisas;
 Precisa superar seus limites pessoais;
 Apreensão ou aperto;
 Espiritualismo intenso;
 Precisa ser + prático(a);
 Necessidade de ser realista e objetiva;
 Sensibilidade quanto a dor do outro;
 Evite a acomodação;
 Êxtase através de experiências espirituais;
 Insegurança ou instabilidade;
 Não se martirize;
 Não faça do parceiro o seu DEUS ou HERÓI;
 Intuição aguçada;
 Vê as coisas por outro ângulo;
 Evite a estagnação;
 Produza criando;
 Caridade e doação;
 Oportunidade de superar seus karmas negativos nessa Vida;
 Debilidade orgânica;
 Cuidado com a dependência emocional;
 Medo dos infortúnios ou fatalidade;
 Compreensão;
 Presa emocionalmente ao passado;
 Ligada à família ou raízes;
 Busca interior ou pelo transcendental;
 Reflexão;
 Não espere as coisas acontecerem: vá à luta;
 Saiba ajudar quem se ajuda;
 Dó de pessoas carentes, desprotegidas ou animais    abandonados;
 Vença as fases de depressão trabalhando;
 Receio de falhar;
 Timidez;
 Atenção às pernas, sist. imunológico, pulmões, circulação,   ovários;
 Precisa dirigir sua vontade;
 Aceitação.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Livros que estou lendo

Feliz por Nada (Martha Medeiros)


O Livro da Filosofia(Will Buckingham)



Parei de...

Parei de ver novela (faz bastante tempo)
Parei de assistir Big Brother (desde a terceira edição)
Parei de ver horóscopo (só a previsão de horóscopo chinês no início do ano vai...)
Parei de ver revistas femininas (tipo Claudia, Marie Clair essas coisas...só tem fotos de mulheres fotoshopadas que só fazem você se sentir gorda, feia e mal-amada...Fora que se você não é uma super mãe, com carreira bem sucedida e bem resolvida, você está perdida..)


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Caí no mundo e não sei como voltar..



Fantástico..

 
CAÍ NO MUNDO E NÃO SEI COMO VOLTAR 
 
Eduardo Galeano
Jornalista e escritor uruguaio
 
Isto é demais:  bem escrito, bem lembrado, na dose certa do humor, na emoção, enfim, tudo deu certo neste texto. Ele é um dos maiores escritores do mundo. Leiam, divirtam-se, reflitam nas verdades. 
O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco…

Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas. 
E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis!

Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.
Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta. 

O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.
Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez.

Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!

É mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.
E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes. 

Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar.
Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica.
Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros?

Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.

Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava..
Desse tempo venho eu.  E não que tenha sido melhor.... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo".
Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... por amor de Deus!
Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.

E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir. 

Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.

Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?
Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos...

Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê?  Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.

Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.
E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.

Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisa para enrolar.

Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de bastos".

As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo.

Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!!

E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa. 

E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!!
Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.

Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer.
Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno.
Não vou dizer que aos velhos se declara a morte apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour. 

Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue... 
Eduardo Galeano
* Jornalista e escritor uruguaio