Outro dia estava discutindo sobre felicidade. Aqui vai uma tentativa de reprodução.
Acredito que felicidade é um estado de espírito, um estado de paz interior, de equilíbrio emocional. Nessa vida cotidiana vivemos sempre na defensiva, como se o outro estivesse sempre querendo nos dar uma rasteira. O problema é colocamos em cima de outro e de outras coisas a responsabilidade dela nossa felicidade. Nunca procuramos dentro de nós mesmos, ela está sempre do lado de fora.
É inerente a nós essa perseguição por ser feliz? Ou a vontade por trás disso é alcançar um estado mental tranquilo?
A busca pela felicidade é uma forma de fuga, de fugir dos problemas cotidianos e tentar resolvê-los no futuro. É incrível, a maioria pensa assim ¨Quando eu tiver a casa dos meus sonhos, serei feliz¨, ¨Quando estiver ganhando 10 mil de salário, então serei feliz¨. Essa ansiedade que temos é por causa das expectativas que projetamos. Só seremos felizes quando atingirmos nossos objetivos, esses muitas vezes impostos pela sociedade, como se isso garantisse um pote de ouro no final do arco-íris.
Acredito que nossa existência está ligada a um propósito maior, uma forma de nos melhorarmos como seres humanos e deixarmos uma contribuição para o mundo. Altruísmo demais? Vivemos em sociedade, não podemos nos isolar do mundo por mais que este nos machuque, e perder a chance de aprender e talvez ajudar alguém. Temos que aprender a lidar com os problemas conformes esses vão aparecendo.
É disso que a vida é constituída. Não seríamos felizes vivendo apenas no conforto, no marasmo, numa mar de calmaria onde nada acontece, sem desafios. Superar desafios é uma forma de crescer internamente. Mas saber fazer isso pensando no próprio crescimento, sem que seja uma forma de se exibir para os outros, não é tão simples.
Enfim, pessoalmente falando sinto que tenho muita coisa a aprender ainda. Essa vida é uma coisa louca. Será que eu viajo demais? Será que outras pessoas também têm crises existenciais de vez em quando? rs...
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terça-feira, 22 de setembro de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Ferreira Gullar: Resmungo teológico
FERREIRA GULLAR Resmungo teológico
FOLHA DE S PAULO
Relendo meu próprio artigo, perguntei-me: o que se ganha em negar a existência da alma? |
EMBORA DEFIRA DO biólogo Richard Dawkins que, nesta semana, na Flip, alardeou seu ateísmo, eu, em meio aos meus costumeiros resmungos, pus em dúvida aqui a existência da alma, chegando mesmo a lembrar que, em certa época remota, os gregos a designavam pela palavra "pneuma", que significa ar, sopro, ou seja, a respiração de quem está vivo. Nada mais que isso. Fiz essa afirmação, meses atrás, a propósito da excomunhão dos médicos que praticaram aborto numa menina, estuprada pelo padrasto. Como, para a Igreja Católica, a alma já está no momento da fecundação, praticar o aborto é matar um ser humano, dono de uma alma divina.
Afirmei, por isso, que, para ela, o que importa não é a vida e, sim, a alma, razão por que, durante a Inquisição, condenou à morte, na fogueira, milhares de pessoas, para salvar-lhes a alma.
Tem lógica mas, relendo o meu próprio artigo, perguntei-me: o que se ganha em negar a existência da alma? Pergunta essa que, feita por mim, pode surpreender o leitor.
É que me lembrei de que não foi a Igreja Católica quem inventou a alma. Os gregos, muito antes de Sócrates e talvez mesmo de Pitágoras, já a tinham inventado, sem falar nos egípcios, que acreditavam numa vida post mortem, mas com o corpo também e, por isso, faziam-se embalsamar. Os cultos órficos da Grécia pré-helênica fundavam-se na crença da transmigração das almas que, no além, poderiam ser premiadas ou punidas pelo que fizeram aqui em baixo. Inscrições descobertas em sepulturas daquela época contêm ensinamentos de como a alma do morto deveria se comportar para merecer a salvação.
Num desses textos, lê-se o seguinte: "Tu acharás, à esquerda da casa de Hades, uma fonte e, a seu lado, um cipreste branco. Dessa fonte, não te aproximarás, mas te depararás com uma outra, perto do lago da Memória. Diz: "eu sou filho da terra e do céu estrelado'". É que para eles, o corpo vinha da terra e a alma, do céu.
Essa visão do homem como ente, ao mesmo tempo, terrestre e celeste, irá ganhar consistência teórica na filosofia de Sócrates e, sobretudo, na de Platão. Pode-se supor que a admirável bravura e despreendimento daquele em face da morte, deve-se, de fato, à sua convicção de que, depois dela, havia outra vida e melhor.
Se Platão herda de Sócrates essa convicção, em sua teoria a existência da alma está essencialmente ligada à possibilidade do verdadeiro conhecimento. Para ele, o corpo era um fator que impedia de se conhecer a verdade, não facultada aos sentidos. Pelo contrário, na sua concepção, os sentidos nos iludem, induzindo-nos a uma visão imperfeita da realidade. Donde a conclusão de que, só depois que nos livramos do corpo, podemos apreender a verdadeira realidade da existência, a que apenas a nossa alma teria acesso.
Essa concepção platônica da alma influiu na visão do cristianismo e, consequentemente, na teologia da Igreja Católica.
Mas, até onde me é dado perceber, elas não são idênticas em todos os pontos, especialmente em um: enquanto na teoria platônica o que há de reprovável no corpo é sua incapacidade de apreender o verdadeiro conhecimento, na teologia católica, essa incapacidade se converte em pecado, isto é, o corpo, sujeito a desejos condenáveis, contamina a alma de pecados, que podem levá-la à perdição eterna. Nisto, a concepção católica parece mais próxima do orfismo que do platonismo, mais filosófico do que teológico.
Mas meu propósito aqui não é discutir essas questões e, sim, afirmar que, na dúvida de que a alma exista ou não, melhor será acreditar em sua existência do que negá-la, já que não há como provar uma coisa nem outra.
Negamos a alma porque somos herdeiros do progresso econômico e científico, que nos revelou a lógica material da natureza e da vida, e que é irretorquível. Não obstante, a própria ciência diz que não é capaz de responder a questões como esta: por que existe algo em vez de nada? Assim, o enigma da existência continua sem resposta.
Não fui eu mesmo quem disse que o homem inventou Deus para que este o criasse? Ele o inventou porque não quer ser igual a um simples animal, nascido da natureza, condenado a acabar para sempre. Se sou filho de Deus, tenho uma alma divina que me torna imortal. E é isso, essa capacidade de inventar-se, que nos distingue dos outros animais. Filho de Deus mesmo ou inventado por si mesmo, a verdade é que o homem necessita da transcendência e aspira à eternidade. Por isso, precisa da alma, uma vez que o corpo, após a morte, virá pó.
Pessoal, este papo está brabo demais! Vamos mudar de assunto?
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Café Filosófico
Adoro esse programa da Cultura: Café Filosófico, passa às 23h na Cultura aos domingos.
Achei um vídeo muito legal: A ética nos relacionamentos humanos por Claudio Cohen
Uma breve transcricão do assunto:
Valores morais vem da religiao, do superego.
Valores éticos vem da reflexão, dos conceitos que cada indivíduo possui, independente de religião, é o que a psicanálise trata.
Ética - o que o sujeito pensa sobre os atos realizados por ele.
Etiqueta - Normas de comportamento, um rótulo, definido pela sociedade, variando por grupos sociais e pode ser alterado com o tempo.
Id - impulsos de vida, de morte
Ego - conjunto de instrucoes: sentimentos, pensamentos.
Superego - instancia crítica, instancia de moral internalizados, leis internalizadas. Traz limites e aponta caminhos socialmente aceitos de realizacão dos nossos desejos e impulsos.
Um indivíduo ético possui ego estruturado e desenvolvido. Pode pensar, vê diferencas, aceita responsabilidades.
Traz a tona conflitos entre o que a razão pensa e o coracão sente. Trata o modo como ele lida com a moral. Cabe ao indivíduo aceitar ou não. O ser humano se equilibra entre desejos e interdicoes no relacionamento com o outro, a ética vem do indivíduo por isso é tão importante conhecer a si próprio.
A moral é superegóica, vem de fora, são leis impostas pela sociedade - sou obrigado a respeitar tal comportamento (Ex; Não matar).
Complexo de Édipo - Fala sobre desejos humanos.Não é apenas o conceito banalizado sobre relacões incestuosas entre pais e filhos. Ele nos faz pensar a respeito das nossas angustias, de onde viemos, quem somos, para onde vamos, diz respeito a nossa identidade pessoal e sexual.
Pais sociais e biológicos - pais sociais são aqueles que fazem com que nos desenvolvemos.
A etica as vezes pode ser subvertida e podemos nos apegar a desculpas morais, que não faz parte daquilo que nos torna mais humanos, mais éticos.
Achei um vídeo muito legal: A ética nos relacionamentos humanos por Claudio Cohen
Uma breve transcricão do assunto:
Valores morais vem da religiao, do superego.
Valores éticos vem da reflexão, dos conceitos que cada indivíduo possui, independente de religião, é o que a psicanálise trata.
Ética - o que o sujeito pensa sobre os atos realizados por ele.
Etiqueta - Normas de comportamento, um rótulo, definido pela sociedade, variando por grupos sociais e pode ser alterado com o tempo.
Id - impulsos de vida, de morte
Ego - conjunto de instrucoes: sentimentos, pensamentos.
Superego - instancia crítica, instancia de moral internalizados, leis internalizadas. Traz limites e aponta caminhos socialmente aceitos de realizacão dos nossos desejos e impulsos.
Um indivíduo ético possui ego estruturado e desenvolvido. Pode pensar, vê diferencas, aceita responsabilidades.
Traz a tona conflitos entre o que a razão pensa e o coracão sente. Trata o modo como ele lida com a moral. Cabe ao indivíduo aceitar ou não. O ser humano se equilibra entre desejos e interdicoes no relacionamento com o outro, a ética vem do indivíduo por isso é tão importante conhecer a si próprio.
A moral é superegóica, vem de fora, são leis impostas pela sociedade - sou obrigado a respeitar tal comportamento (Ex; Não matar).
Complexo de Édipo - Fala sobre desejos humanos.Não é apenas o conceito banalizado sobre relacões incestuosas entre pais e filhos. Ele nos faz pensar a respeito das nossas angustias, de onde viemos, quem somos, para onde vamos, diz respeito a nossa identidade pessoal e sexual.
Pais sociais e biológicos - pais sociais são aqueles que fazem com que nos desenvolvemos.
A etica as vezes pode ser subvertida e podemos nos apegar a desculpas morais, que não faz parte daquilo que nos torna mais humanos, mais éticos.
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